A administração do grupo do MorumBIS está mostrando uma tendência preocupante de aumento nos investimentos em futebol
Antes de abordarmos um tema que pode não ser tão popular, é importante ressaltar alguns pontos. Primeiro, sim, o São Paulo precisa fortalecer o meio-campo durante a janela de transferências para poder competir em várias frentes. É essencial ter um jogador de alto nível para substituir Pablo Maia ou até mesmo para ser uma opção quando o número 29 se recuperar de lesões.
Luiz Gustavo tem mostrado progresso, mas suas características são bastante diferentes: mais lento, menos capaz de cobrir muitos espaços no campo e com dificuldades para lidar com o calendário intenso.
Outra alternativa seria confiar nas reintegrações de Igor Liziero e Jhegson Méndez. Embora sejam jogadores úteis, a aceitação da torcida e as habilidades específicas de cada um podem dificultar a entrega do que o Tricolor Paulista precisa. Além disso, é crucial entender a visão de Luis Zubeldía sobre a dupla.
O segundo ponto é que Thiago Mendes é um excelente jogador com características que seriam valiosas para o elenco. Com capacidade física e técnica para atuar como o primeiro ou segundo homem no meio-campo, até mesmo como zagueiro em algumas situações. Sua contratação seria uma aposta certeira.
No entanto, a diretoria não pode usar essas justificativas, por mais legítimas que sejam, para continuar alimentando a cultura de endividamento que tem prevalecido nos últimos anos. E a torcida deve cobrar por isso.
Valores que não assustam, mas que deveriam
De acordo com informações do portal GOAL, confirmadas por Jorge Nicola, os valores da transferência de Thiago Mendes para o São Paulo podem ultrapassar os R$ 17 milhões. Alguns podem considerar essa quantia razoável, mas para um clube em crise financeira como o Tricolor Paulista, é um valor muito alto por um jogador de 32 anos, que vem lidando com lesões e deseja a transferência. É mais da metade do que o Al-Rayyan pagou para tê-lo vindo do Lyon. Estes fatores destacados anteriormente devem ser considerados durante as negociações.
A irresponsabilidade dessa transação deveria ser claramente percebida pelos dirigentes do MorumBIS ao analisar outros aspectos. Principalmente a dificuldade que o clube enfrenta para atingir a meta de arrecadação com a venda de jogadores, uma das fontes de receita mais importantes nos últimos anos.
O orçamento prevê metas esportivas viáveis, mas estipula a necessidade de arrecadar R$ 170 milhões com as negociações de jogadores. Esses números são difíceis de alcançar, mesmo que nomes formados em Cotia, como Gabriel Sara, possam render algo em negociações na Europa.
As lesões de Rodrigo Nestor no final do ano passado e de Pablo Maia neste ano desvalorizaram os principais ativos do clube no mercado. Além disso, a dificuldade em renovar com Welington é mais um fator que influencia nesse cenário.
A gestão de Casares tem seus méritos em termos de receitas. O contrato de naming rights, a receita de bilheteria e os novos acordos com patrocinadores devem aumentar consideravelmente os ganhos até o final do ano. No entanto, isso não deve ser motivo para aumentar os gastos de forma descontrolada.
Outro ponto importante a ser destacado é que, aos 32 anos, é improvável que Thiago Mendes justifique os valores da contratação a longo prazo. A princípio, seria uma ótima aquisição, mas é provável que logo o São Paulo precise procurar e investir em um substituto de longo prazo para Pablo Maia. Como torcedor, espero estar enganado em relação a tudo isso.
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